Aumento do salário mínimo não cobre a alta do gás - Adriano Kaufmann
Data de publicação: 3 de janeiro de 2018
Coluna: Adriano Kauffmann
Colunista: Adriano Kauffmann
O que é ruim sempre pode piorar! Você já cansou de ouviu esta velha frase. E cada vez ela vem fazendo mais sentido. Hoje vou usá-la para falar do valor do salário mínimo nacional de 2018.
Há poucos dias atrás o valor do salário mínimo previsto para 2018 era de R$ 979,00. Depois passou para R$ 969,00 e por fim, R$ 965,00. Mas ao apagar das luzes de 2017, o que já era pouco ficou ainda pior. Com alta de apenas 1,8%, o equivalente ao INPC, o salário mínimo definido para este ano será de R$ 954,00. Só para base, a inflação em 2017 fechará próxima de 2,8%, ou seja, os aposentados e trabalhadores com salários baseados no mínimo sofrerão uma mordida inflacionária em suas remunerações de pelo menos 1,00 ponto percentual. Não dá para admitir um aumento insignificante desta natureza. É um completo desaforo! É o menor reajuste em 24 anos. Em todo o país são aproximadamente 45 milhões de pessoas que recebem o salário mínimo nacional. Paa o governo, o que interessa é a economia que a redução gerará. Ao reduzir de R$ 965,00 (previsto anteriormente) para R$ 954,00 (que valerá) pretende economizar R$ 3,3 bilhões. Confesso que não concordo com essa visão. De nada adianta termos um governo com mais R$ 3,3 bilhões "em caixa" se a população está cada vez mais empobrecida.
Só para exemplificar, há cidades da nossa região em que o botijão de gás subiu em 2017 mais de 30%. O que significa que os R$ 17,00 de alta no salário são insuficientes para cobrir a alta de um botijão de gás mensal. E estamos falando apenas de um item. Imagina quem necessita sustentar uma casa com R$ 954,00. Não tem como sobrar algum trocado.
Apesar de tudo esperamos que 2018 seja um pouquinho melhor que 2017. Que os empregos voltem a aparecer, que as empresas voltem a crescer significativamente e que as pessoas tenham mais motivos para sorrirem. 2018 é ano de fortes emoções, é ano de eleições. É hora das pessoas, mais do que nunca pensarem no que elas aprenderam quando criança com sua família, principalmente a honestidade. Sabemos que é difícil encontrarmos pessoas 100% honestas mas encontre aquele que consiga chegar o mais próximo disto. Observem mais as pessoas e menos os partidos que elas integram. Só assim o seu voto será consciente!
Adriano Kaufmann