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Até que a morte os separe - Luciane M. Della Flora


Data de publicação: 17 de janeiro de 2018
Coluna: Luciane Marangon Della Flora
Colunista: Luciane Marangon Della Flora



 


Quem já se casou ou sonha com isso, sabe bem o teor de tal afirmativa religiosa. Entretanto, o buquê de rosas ou de quaisquer outras flores que certamente são ofertadas em algum momento do namoro, não são suficientes para manter um relacionamento saudável.


Diálogo, amor, respeito e a busca de viver uma felicidade mútua devem ser cultivados dia após dia. Quem ama não trai, ouvimos constantemente. É fato que se a traição existir, o amor certamente já se foi, afinal, ser desejado pelo seu par é o suficiente quando se ama. Caso haja necessidade de outros desejos e realizações fora do relacionamento, algo está sendo mostrado a quem sente essa necessidade e, desse modo, é melhor mudar o curso, independente do que já fora caminhado.


Relacionamentos são capazes de fazer sorrir, entretanto são como faca de dois gumes, podendo, também, matar. A dor de uma faca, apunhalando as suas costas é inimaginável. Somente homens e mulheres que passaram por isso em algum momento de sua vida são capazes de tentarem explicar a dor de uma apunhalada. Até que a morte os separe, contanto que não seja o um dos que forma o casal o responsável por essa morte, seja física, seja de alma.


Nesse ponto, alguns dessa nossa sociedade (denominada de moderna) são capazes pelos mais atrozes julgamentos, esquecendo-se que por trás de contratos e juras existem seres humanos mutáveis, que podem ter suas decisões modificadas pelas situações apresentadas pela vida. E essas são necessárias. É preciso amadurecer e nem todas as pessoas tem a capacidade teórica de amadurecimento. A maioria de nós aprende ralando os joelhos e descobrimos que não devemos passar por estradas que nos fazem cair, depois de algum tombo.


Levantar-se de uma dificuldade, de uma separação, por exemplo, não e nem nunca vai ser fácil. A facilidade está para aqueles que decidem em consenso que o tempo de ambos já passou. A missão que tiveram juntos, seja longa ou curta, foi cumprida. Os filhos nasceram ou tudo acabou antes que um inocente ficasse a mercê desse mundo inconstante. Estar em um relacionamento é uma opção sentimental. Se não há amor, jamais haverá verdades. Alguém contará o conto da carochinha, enquanto o ser iludido sorrirá para os outros, sem perceber as falsidades que o cerca.


Flores de corriola. Ah! Vale à pena sentir esse perfume, desde que seja verdadeiro, do que o brilho das rosas e braceletes na ilusão de um relacionamento. Julgar menos e amar mais. Sim! Sempre será melhor assim. Fechar-se para o mundo é assinar a morte da alma.


Viver uma vida de começos e crescimentos é uma opção que tantos estão tomando diante das falsidades e conveniências do mundo. Isso não é deixar de buscar a luz, o divino, ao contrário. Viver num mundo ilusório é morrer por dentro. Tornar ao que já foi quebrado é simplesmente fechar os olhos para a obviedade do fracasso.


Até que a morte os separe, desde que não sejamos mortos por convenções. É preferível recomeçar do zero, diferentes, em outras estradas. Essas, talvez, sejam as verdadeiras opções de paz, alegrias e boas opções para os próximos anos que te forem permitidos. 


 



 


Luciane M. Della Flora


 



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